Roma (Itália). Em 17 de junho de 2021 realizou-se o Seminário sobre o tema “O valor da imprensa associativa”, para celebrar o centenário da revista União, órgão de imprensa da Confederação Mundial Mornese de Ex-Alunas/os das Filhas de Maria Auxiliadora.
A Presidente da Confederação, Sra. Maria Maghini, introduz o evento dando as boas-vindas aos/às participantes e trazendo a voz agradecida de Ex-Alunos/as : “Quero dedicar este Seminário a todas as FMA por ocasião dos 150 anos de história do Instituto das FMA, 150 anos de amor e serviço à Igreja e aos jovens ”.
Na sua saudação, a Madre Geral do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, Ir. Yvonne Reungoat, expressa gratidão pelos cem anos da revista União:
É um instrumento de comunhão entre todas as Ex-alunas/os das FMA, leva pelo mundo o frescor da vida das Uniões, oferece a todas motivos de reflexão e meditação, socializa e corresponsabiliza nos confrontos do bem que se faz em nome de Dom Bosco e Madre Mazzarello, permite compartilhar alegrias e metas, bem como fadigas e temores, esperanças e expectativas. (…) Através da União continuamos a espalhar a boa semente do carisma salesiano mornesino, a cuja sombra as/os jovens de hoje podem encontrar a verdadeira casa, a “casa do amor de Deus” e do amor recíproco, do serviço e da doação”.
A Dra. Paola Mancini, Ex-Aluna das FMA, traça uma breve história da revista União: “A primeira folha impressa produzida pelas Ex-Alunas das FMA nasceu em 1911 com o nome “O eco das ex-alunas”, 8 páginas em branco e preto, com os programas e o esboço dos relatórios do Primeiro Congresso, uma simples folha da vida da Associação para preparar o primeiro Congresso Internacional em Turim. (…) Dom Filippe Rinaldi – 3° sucessor de Dom Bosco – e as primeiras Ex-Alunas sentem a necessidade de um vínculo mais significativo entre as Uniões, que se multiplicam. Em 1920, no decurso da reunião do Conselho Nacional, foi tomada a decisão de estampar um periódico. A Sra. Maria Teresa Benvenuti, Presidente honorária da União primogênita, escreve sobre o título: “Dom Rinaldi, sorridente e bom, deixa falar e discutir, depois propõe o título muito simples, segundo o seu estilo, mas queria dizer tudo: UNIÃO”.
O Moderador da Mesa Redonda, Dr. Massimiliano Cavallo, Diretor da Revista União, destaca a urgência de cuidar de uma “boa imprensa”, de empregar palavras boas, que dão forma ao pensamento e à identidade: “Dom Bosco foi definido por muitos como o Apóstolo da boa imprensa. A finalidade de escrever, para ele, era – e deve permanecer para nós – fazer o bem através da palavra estampada no papel, hoje também online. Como filhos e filhas de Dom Bosco e Madre Mazzarello, devemos nos colocar no mesmo rastro”.
Os relatores são chamados a expressar a sua opinião sobre o futuro da imprensa associativa católica como ferramenta crítica, portadora dos valores de uma realidade cada vez mais complexa, apresentando a história, os valores de referência e a realidade do periódico de que cuidam.
O Dr. Marco lasevoli, Diretor de O Sinal, revista mensal da Ação Católica, destaca o papel fundamental da estampa associativa: “Acredito que a palavra escrita seja o futuro da convivência civil, porque, no final, será a única pista que nos restará, também para fundamentar a renovação das nossas Associações. Alguns textos de autores que lemos são ainda sinal de profecia” e a necessidade de usar uma palavra clara, simples, breve, profunda e incisiva, ancorada na atualidade.
O Dr. Valério Martorana, Diretor de Vozes Fraternas, revista da Federação Italiana dos Ex-Alunos/as de Dom Bosco, que em junho de 2020 celebrou 100 anos, recordando a Mensagem para o LV Dia Mundial das Comunicações Sociais, destaca a contribuição à redação dos associados, que saem à rua, ‘gastam as solas dos sapatos’, verificam as situações, também de pobreza: “Papa Francisco lembra-nos que todo instrumento é útil e precioso apenas se impulsiona a ir e ver as coisas que, de outro modo, não saberíamos, se permite encontros que, de outro modo, não teríamos. (…) Temos futuro se cremos estar presente, vivo e incisivo, testemunhas credíveis e fidedignas”.
“O Dr. Claudio Maria Picco, Editor Chefe de Novo Projeto, conta o nascimento, em 1978, da revista do Sermig. O Arsenal da Paz fundado por Ernesto Olivero em Turim, expressão do desejo do Fundador de ter um periódico que defendesse o carisma da esperança, narrando o positivo, que não falta na sociedade: O bem feito bem vive e cresce também na história, na vontade de ‘fazer bem o bem’, para restituir tempo e recursos”.
A Dra. Chiara Genisio, Vice-presidente da Federação Italiana Semanários Católicos (FISC) define a Mesa Redonda um ‘bocado de oxigênio’ para a imprensa associativa que, apesar das dificuldades, encontra-se confirmada na missão de transmitir valores carismáticos que alimentam a sociedade, ajudando a ler a realidade em profundidade: «Acho importante não desperdiçar este patrimônio que nos ajuda a estar fisicamente próximos e a fazer esta passagem: não o que me possa dar a Associação, mas o que posso dar à Associação”.
Irmã Maria Luisa Miranda, Conselheira Geral da Família Salesiana, na conclusão do encontro, sintetiza em quatro palavras a sua intervenção:
- Memória e futuro “Como é importante ter nas mãos o primeiro número da revista União, folheando as diferentes edições até hoje: o caminho da Associação não se perde. A memória incentiva o futuro: se os anciãos narram, os jovens sonham, se não há narração, os jovens não sonham”.
- Textos e enredos “Os textos criam enredo. Se não temos textos que nos conectem, não podemos fazer um enredo (…) para dar vida, continuidade e futuro à associação. Nesta modernidade líquida, quase gasosa, é importante trazer um pensamento que tenha raízes fortes capazes de fazer crescer novos brotos”.