Roma (Itália). A coragem de sonhar com o futuro. Vida e missão de Madre Catarina Daghero é o título do volume escrito por Ângela Bertero, publicado na coleção Percursos do Centro de Estudos sobre as FMA, na Casa Editora Palumbi (Teramo 2023).

26 de fevereiro de 1974. Em Nizza Monferrato, com 68 anos incompletos, depois de 43 anos de serviço como Superiora Geral e 49 de vida religiosa, Madre Catarina Daghero, primeira sucessora de Maria Domingas Mazzarello à frente do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, termina o seu percurso terreno.

Cem anos depois, é publicada esta nova biografia. A autora, mulher apaixonada pela educação e missão segundo o estilo salesiano, conta: “Tornar-me ‘companheira de viagem’ de Madre Catarina foi para mim um grande dom, repercorri a sua vida e a sua missão – que não sei se consegui   fazer melhor – como uma forte experiência espiritual que me ofereceu  tanto”.

Na introdução, afirma: “Depois de uma parada na Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim, diante do altar de Santa Maria Domingas Mazzarello, que ouso considerar uma das minhas maiores amigas, creio ter dito um sim afetuoso. Repercorrer os passos da ‘melhor das Mães’ não teve algum fim celebrativo, a intenção foi revisitar – cem anos depois do seu retorno à casa do Pai – uma história para fazer redescobrir e conhecer um passado rico de coragem e audácia para transformá-lo em brotos de futuro e de esperança”.

A promessa é mantida: com um frescor e vivacidade de linguagem, baseada em documentação histórica segura – graças à ajuda de Irmã Piera Cavaglià, ex-Secretária Geral do Instituto – Ângela Bertero restitui o retrato desta mulher surpreendente e simples, fiel ao Evangelho e a Dom Bosco, que às Filhas de Maria Auxiliadora diz: “Nós somos de Dom Bosco: devemos pensar, fazer, rezar, viver, como ele nos ensinou”. E ainda: “Lá onde ainda não existe a nossa obra, devemos ir, devemos levar o espírito e a Nossa Senhora de Dom Bosco”. Aqui está a síntese do  programa de vida e de governo de Madre Catarina.

Em 1881, com a morte de Madre Mazzarello, as FMA eram 166 em 26 casas, situadas em quatro nações (Itália, França, Uruguai, Argentina). Quando Madre Catarina morreu, as FMA eram 4.276 em 487 casas, em 34 nações e 4 Continentes. Sobretudo, Madre Catarina teve o grande mérito de dar solidez e impulso apostólico a um Instituto cujos membros eram predominantemente jovens e de pouca cultura.

Durante o seu governo, graças à sua sabedoria, as Filhas de Maria Auxiliadora avançaram nos caminhos da evangelização e da educação, preparando-se em universidades e escolas de vários gêneros para garantir às mulheres instrução e profissionalização de vários graus e modalidades. Da equiparação da Escola Nizza Monferrato (1900) aos internatos para operárias, Madre Daghero trabalha para tornar a missão das FMA incisiva para os tempos de mudanças e grandes convulsões como as das primeiras décadas do século XX.

Junto ao seu Conselho, escolhe o caminho da formação, mas também o da abertura a novos tipos de obras. Com ela as FMA consolidam a identidade de mulheres consagradas, educadoras segundo o Sistema Preventivo. Sendo a educação das mulheres a sua missão específica, promove e apoia as iniciativas e atividades que têm esse objetivo, recordando sempre o espírito que deve animá-las: “A casa incomoda? As entradas escassas? – interroga maternamente e um tanto espirituosa – mas, a maior parte das vezes, as nossas Casas devem medir o dinheiro para chegar ao fim do ano sem dívidas!… Há compensação abundante no bem que se pode fazer e nas consolações que Deus envia às almas que sabem enfrentar penas e sacrifícios para a sua glória e para o bem. Coragem e estejam alegres, alegres!”.

Esta biografia é a primeira de uma série de iniciativas que a Secretaria Geral, o Centro de Estudos sobre as Filhas de Maria Auxiliadora e o Instituto Nossa Senhora das Graças de Nizza Monferrato, da Inspetoria Maria Auxiliadora (IPI), organizam para comemorar, aprofundar e divulgar o conhecimento desta figura tão significativa.

A primeira acontecerá perto do aniversário de sua morte, sábado, 24 de fevereiro de 2024, no Instituto Nossa Senhora  das Graças de Nizza Monferrato. Trata-se da Conferência no centenário da morte (1924-2024) organizada pela Irmã Piera Cavaglià, intitulada “Catarina Daghero: de Nizza ao mundo com perspectivas clarividentes”.

Na Casa Geral, em Roma, no sábado, 8 de junho de 2024, na presença da Madre, Irmã Chiara Cazzuola, e das Conselheiras Gerais do Instituto das FMA, acontecerá uma Conferência de aprofundamento da figura de Madre Catarina Daghero do ponto de vista histórico-carismático-institucional com o título “O longo governo de um Instituto educativo (1881-1924).

Depois da biografia, é muito esperada a publicação das Cartas de Madre Catarina, editadas por Irmã Maria Concetta Ventura, a quem se deve a edição do “Diário por ocasião da primeira viagem à América da Superiora Geral Ir. Catarina Daghero (1895-97)” escrito por Irmã Felicina Fauda, com ​​introdução, texto e notas editadas por Maria Concetta Ventura (Palumbi, 2020).

No dia 13 de abril de 2023, o Centro de Estudos sobre as Filhas de Maria Auxiliadora publicou o vídeo, disponível no YouTube, em que Irmã Piera Cavaglià apresenta “Madre Catarina Daghero em Nizza Monferrato, centro de irradiação do seu governo”.

No ano em que a Família Salesiana comemora o “Sonho dos Nove Anos” de São João Bosco, a biografia “A coragem de sonhar o futuro. Vida e missão de Madre Catarina Daghero” documenta a fecundidade do dom recebido de Dom Bosco e transmitido aos seus filhos e filhas.

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